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AcreEXTREMO: ENTRE ENCHENTES, RIOS SECOS, CALOR E FUMAÇA

Por Manoela Ferreira, Lucas Cardozo e Cristovão Henrique, com fotos de Ursula Maia, da Redação • September 17, 2024
Confira a matéria na versão em espanhol

Da segunda maior enchente à seca histórica com fumaça sufocante - um retrato da emergência climática na Amazônia Sul-Ocidental.

As queimadas são recorrentes nesta parte do Brasil, mas em 2024, o Acre vive tempos com paradoxo climático: Em março o estado experienciou uma das maiores enchentes já registradas, agora, em setembro, experiencia a seca mais severa de sua história com uma fumaça sufocante que é carregada até o planalto central brasileiro.


Essa montanha-russa hidrológica, com impactos socioeconômicos e ambientais profundos, evidencia a urgência da crise climática e a necessidade de uma agenda de adaptação.


DE INUNDAÇÕES À ESTIAGEM EM 2024: UM ANO DE EXTREMOS

Enchente em Rio Branco, Acre. Em março de 2024


No início deste ano, chuvas torrenciais provocaram a segunda maior enchente do Rio Acre desde 1971, atingindo a marca de 18,81 metros em março. A capital, Rio Branco, sofreu prejuízos estimados em R$ 200 milhões, de acordo com o Atlas da Defesa Civil, com mais de 20 mil desabrigados e infraestrutura urbana comprometida.



Seis meses depois, a paisagem se transformou radicalmente. A seca, intensificada pelo El Niño, se alastrou por 100% do território acreano, secando rios, devastando a agricultura e o gado, e isolando comunidades ribeirinhas e indígenas. No interior, na cidade de Xapuri, cota do Rio Acre chegou a 1,49 metro, a segunda mais baixa da história, e o Rio Iaco, em Sena Madureira, outro município do interior, está com impressionantes 52 cm, próximo à menor cota histórica.



EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS NO INTERIOR E NA CAPITAL



Na capital, o cenário é terrível, nível do rio nos alarmantes 1,29 metros, marca atingida em 9 de setembro, superando o recorde anterior de 2016 e se aproximando perigosamente da marca histórica de 1,25 metros. A infraestrutura da região central da cidade cedeu em razão da estiagem 




IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS E AMBIENTAIS EM CASCATA



A seca desencadeou uma série de impactos em cadeia. O desabastecimento de água afetou o saneamento e a saúde pública, enquanto perdas na agricultura e pecuária superaram R$ 1,6 bilhão, agravando a crise econômica pós-enchente. O transporte fluvial, vital para muitas comunidades do interior, foi interrompido, dificultando o acesso a alimentos, combustíveis e outros bens essenciais.



INCENDIOS FLORESTAIS E CIDADES INVISÍVEIS


O risco de incêndios florestais aumentou exponencialmente na Amazônia, especialmente no estado do Acre, ameaçando a biodiversidade e a saúde da população. Desde janeiro, foram registrados 50 mil focos de incêndio na Amazônia, um aumento alarmante de 77% em relação ao ano passado.


Somente em agosto, foram 25.193 focos, representando um aumento de 45% em comparação ao mesmo período anterior. A escassez hídrica, agravada pela seca extrema, altas temperaturas e atividades ilegais, também impactou a geração de energia e o turismo, pilares da economia local.



FINANCIAMENTO CLIMÁTICO: UMA QUESTÃO REGIONAL DE ADAPTAÇÃO


A COP28, no ano passado, trouxe avanços importantes no reconhecimento das perdas e danos causados pelas mudanças climáticas, com a promessa de um fundo de US$ 700 milhões para países vulneráveis. No entanto, esse valor ainda é insuficiente diante das projeções de prejuízos de até US$ 580 bilhões até 2030.


Neste ano, na COP 29, a Conferência das Partes da ONU, acorrerá em novembro em Baku, Azerbaijão, lá será fundamental que as nações desenvolvidas, historicamente responsáveis pela maior parte das emissões de gases de efeito estufa, cumpram seus compromissos de financiamento climático e aumentem significativamente os recursos destinados à adaptação e à mitigação nos países em desenvolvimento de modo urgente. A justiça climática exige solidariedade e ação conjunta para enfrentar esse desafio global.



A crise no Acre é um microcosmo da crise climática global, um lembrete de que o tempo para agir é agora.

Veja abaixo fotos do trabalho de campo que os GeoLABERS
Lucas Cardozo, Ursula Maia e Cristovão Henrique fizeram em agosto deste ano no centro da cidade de Rio Branco, dentro do Rio Acre, já que uma vez extremamente seco caminhar no leito do rio foi possível. 


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O GeoLAB  | PROJETO HORIZON 



Nesse contexto de extremos, iniciativas como o GeoLAB | Horizon, desenvolvido pelo Instituto GeoLAB com o apoio do CNPq Brasil, são essenciais. Essa ferramenta de alerta de risco climático visa melhorar a previsão e a resposta a eventos climáticos extremos, oferecendo dados precisos e atualizados para ajudar comunidades e autoridades a se prepararem e se adaptarem frente os impactos dos eventos extremos. 



Para mais informações sobre o Projeto Horizon, apoiado pelo CNPq Brasil, visite www.geoeconomico.org/horizon   

 

Acompanhe o Instituto GeoLAB nas Redes Sociais para ficar por dentro de tudo que acontece por aqui!   


     

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